sexta-feira, 16 de julho de 2010

emo(ra)cional





Em qualquer relacionamento, chega uma hora que não dá mais para levar pra frente. A pior coisa que se pode fazer nesse momento, é tentar forçar algo que todo mundo sabe que não tem mais solução. Partir pra outra, esquecer, é difícil, mas não é impossível. Só será impossível pra quem não quer superar isso. Mas se esse for o caso, esse texto não vai ajudar em nada. Esquecer não tem a ver com nunca mais pensar na pessoa, ou nos momentos. E sim, com conseguir pensar e continuar sorrindo. Esquecer o sentimento é complicado pois não é algo que escolhemos, mas somos fortes o bastante pra conseguirmos argumentos para lutarmos contra nós mesmos. Dá preguiça só de pensar. É tão complexo, que as vezes pensamos que não fomos feitos para tal sentimento. Mas quando superamos, vemos que somos seres tão sentimentais quanto racionais, que o que realmente nos move é a junção dos dois. E quando decidimos esquecer, já estamos um passo a frente do coração. É uma atitude racional. Conciliar os dois é o segredo. Guarde com você.

Para: Ana Clara.
Por: Rachel

pa pa party everyday



Férias. Sinônimo de alegria, sossego, amizade e paz. Ou, de agitação. Enfim, as férias deveriam ocorrer a cada quinze dias, com direito a viagem e liberdade sem freios. Mas, como nada é como queremos, temos que ralar durante meio ano pra podermos ter um mísero mês de total folga. Viajar é o melhor remédio pra qualquer pessoa, de qualquer idade. Experimente sair uma semana para a praia com suas amigas sem obrigações, sem necessidade de ordem, sem deveres a cumprir a não ser o de ser feliz. Vai ser mais fácil atingir o objetivo do que se imagina.

Por: Rachel

1.

coisas que me lembram você

Talvez você não merecesse que eu me importasse tanto com você. Talvez você não merecesse que eu amasse tanto você, que eu desejasse tanto você e que eu implorasse tanto pra estar com você. Talvez você não merecesse que eu lembrasse tanto de você. Mas simplesmente tudo que me vem a cabeça me recorda você, me recorda algum momento, ou algum dia em que eu estava com você. Mesmo que não tenha sido muitos. E sempre quando toca aquela música que você tanto ouvia no seu Ipod e que eu era obrigada a ouvir também, que eu sempre sorria quando ela tocava mais uma vez, fingindo que eu realmente gostava dela, só pra te fazer um pouco mais feliz, eu não consigo evitar em pensar, ou em dizer “Ele gostava dessa música”. Porque não só ela, mas como todas as outras coisas que você gostava, ou odiava, me fazem lembrar você! E até hoje eu me pergunto “Mas que feitiço essa cara tem? ’’ E até hoje eu ainda não encontrei a resposta. E quem sabe nunca a encontre. Então, a única coisa que me resta, é lembrar você.

Por: Raíssa Cardoso

merecimento

Você sempre me disse que sua maior mágoa, era eu nunca ter escrito um texto sobre você. Nem que fosse te xingando, te expondo. Qualquer coisa. Você sempre foi o único homem que me amou. E eu nunca te escrevi nem uma frase num papelzinho amassado. Você sempre foi o único amigo que entendeu essa minha vontade de abraçar o mundo quando chega a madrugada. E o único que sempre entendeu também, o porque de eu dormir chorando, porque era impossível abraçar sequer alguém, o que dirá o mundo. Outro dia eu encontrei um diário meu, de 99, e lá estava escrito “hoje eu larguei meu namorado sentado, e dancei com ele no baile de formatura”. Ele, no caso, é você. Dei risada e lembrei que em todos esses anos, mesmo eu nunca tendo escrito nenhum texto para você, por diversas vezes larguei vários namorados meus, sentados, e dancei com você. Porque você é meu melhor companheiro de dança, mesmo sendo tímido e desajeitado. Depois encontrei uma foto em que você está com um daqueles óculos escuros espelhados de maconheiro. E eu de calça colorida daquelas “bailarina”. E nessa época você não gostava de mim porque eu era a bobinha da classe. Mas eu gostava de você porque você tinha pintas e eu achava isso super sexy. E eu me achei ridícula na foto, mas senti uma coisa linda por dentro do peito. Aí lembrei que alguns anos depois, quando eu já não era mais a bobinha da classe e sim uma estagiária metida a esperta que só namorava figurões (uns babacas na verdade), você viu algum charme nisso e me roubou um beijo. Fingindo que ia desmaiar. Foi ridículo. Mas foi menos ridículo do que aquela vez, ainda na faculdade, que eu invadi seu carro e te agarrei a força. Você saiu cantando pneu e ficou quase dois anos sem falar comigo.
Eu não sei porque exatamente você não mereceu um texto meu, quando me deu meu primeiro cd do Vinícius de Morais. Ou quando me deu aquele com historinhas de crianças para eu dormir feliz. Ou mesmo quando, já de saco cheio de eu ficar com você e com mais metade da cidade, você me deu aquele cartão postal da Amazônia com um tigre enrabando uma onça.
Também não sei porque eu não escrevi um texto quando você apareceu naquela festa brega, me viu dançando no canto da mesa, e me disse a frase mais linda que eu já ouvi na minha vida “eu sei que você não gosta de mim, mas deixa eu te olhar mesmo assim”. Talvez eu devesse ter escrito um texto para você, quando eu te pedi a única coisa que não se pede a alguém que ama a gente “me faz companhia enquanto meu namorado está viajando?”. E você fez. E você me olhava de canto de olho, se perguntando porque raios isso acontecia com você. Talvez porque mesmo sabendo que eu não amava você, você continuava querendo apenas me olhar. E eu me nutria disso. Me aproveitava. Sugava seu amor para sobreviver um pouco em meio a falta de amor que eu recebia de todas as outras pessoas que diziam estar comigo. Depois você começou a namorar uma menina e deixou, finalmente, de gostar de mim. E eu podia ter escrito um texto para você. Claro que eu senti ciúmes e senti uma falta absurda de você. Mas ainda assim, eu deixei passar em branco. Nenhuma linha sequer sobre isso. Depois eu também podia ter escrito sobre aquele dia que você me xingou até desopilar todos os cantos do seu fígado. Eu fiquei numa tristeza sem fim. Depois pensei que a gente só odeia quem a gente ama. E fiquei feliz. Pode me xingar quanto você quiser desde que isso signifique que você ainda gosta um pouquinho de mim.
Minhas piadas, meu jeito de falar, até meu jeito de dançar ou de andar. Tudo é você. Minha personalidade é você. Quando eu berro Strokes no carro ou quando eu faço uma amiga feliz com alguma ironia barata. Tudo é você. Quando eu coloco um brinco pequeno ao invés de um grande. Ou quando eu fico em casa feliz com as minhas coisinhas. Tudo é você. Eu sou mais você do que fui qualquer homem que passou pela minha vida. E eu sempre amei infinitamente mais a sua companhia do que qualquer companhia do mundo, mesmo eu nunca tendo demonstrado isso. E, ainda assim, nunca, nunquinha, eu escrevi sequer uma palavra sobre você. Até hoje. Até essa manhã. Em que você, pela primeira vez, foi embora sem sentir nenhuma pena nisso. Foi a primeira vez, em todos esse anos, que você simplesmente foi embora. Como se eu fosse só mais uma coisa da sua vida, e que você é cheio dessas coisas. E que você usa para não sentir dor ou saudade. Foi a primeira vez que você me deixou te olhar, mesmo você não gostando de mim.
E foi por isso, porque você deixou de ser o menino que me amava e passou a ser só mais um que me usa, que você, assim como todos os outros, mereceu um texto meu.

Por: Tati Bernardi